Doenças iniciais da soja colocam em risco o potencial produtivo de toda a safra
Produtor deve focar no manejo preventivo para manter a sanidade da lavoura
Foto: Aline Merladete
As doenças iniciais da soja estão entre os principais desafios para o bom estabelecimento da lavoura. Elas atacam a cultura ainda na germinação, emergência e primeiros estágios de desenvolvimento, fases em que qualquer perda pode se transformar em prejuízo irreversível. Neste momento, outro fator crítico é a alternância climática registrada em diversas regiões produtoras, com chuvas curtas seguidas por períodos de alta temperatura e baixa umidade, o que tem ampliado o risco de infecção por patógenos de solo.
Segundo Diego Braga, Consultor de Desenvolvimento de Mercado da Conceito Agrícola, os impactos vão muito além da aparência inicial da lavoura. “Quando as doenças aparecem no início da soja, o prejuízo é silencioso, porém definitivo. Plantas com baixa sanidade e vigor produzem menos ramos, menos nós produtivos e menor biomassa, o que reduz diretamente a capacidade de gerar vagens e grãos. Além disso, o sistema radicular fica limitado, a absorção de água e nutrientes reduz e a cultura passa a ser mais sensível aos estresses ao longo do ciclo. Na prática, esses fatores se traduzem em redução de produtividade. E o impacto não é apenas agronômico, é econômico. O produtor enfrenta replantio, aplicações extras de fungicidas e atraso de ciclo, o que compromete a rentabilidade da safra como um todo”, afirma.
Principais doenças iniciais
Entre as doenças mais prejudiciais está o tombamento (damping-off), causado pelo complexo de fungos de solo Rhizoctonia solani, Fusarium spp. e Pythium spp., que compromete tanto a germinação quanto a emergência. As sementes apodrecem antes da emergência ou as plântulas emergem, mas sofrem tombamento devido à necrose do colo, gerando falhas de estande que ficam evidentes apenas quando a lavoura já está instalada. Outro grupo relevante é o das podridões radiculares, que gera desenvolvimento lento e desuniforme.
A Phytophthora sojae também preocupa, especialmente em áreas mal drenadas ou com chuva localizada durante o plantio. Ela provoca a morte de plantas jovens, ocasionando grandes falhas no estande e, muitas vezes, necessidade de replantio. Já a antracnose pode atacar nos primeiros estádios vegetativos, resultando em desuniformidade e atraso no crescimento.